Tuesday, May 01, 2007

Dia do Trabalho... Há Treze Anos.

Como eram bons nossos domingos...
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Nascido na capital paulista, filho de empresário brasileiro, logo interessou-se por automóveis. Incentivado pelo pai, um entusiasta das competições automobilísticas, ganhou o primeiro kart, feito pelo próprio pai (Sr. Milton), aos quatro anos de idade.
Mudou-se para a
Europa em 1981, onde disputou a Fórmula Ford 1600 inglesa, conquistando o título de campeão. Em 1982, Senna participou dos Campeonatos Europeu e Inglês de Fórmula Ford 2000, sendo o campeão de ambos. Na temporada de 1983, venceu o famoso Grande Prêmio de Macau e a Fórmula 3 inglesa. Neste último campeonato, após várias vitórias em Silverstone, a imprensa inglesa especializada chegou a chamar o circuito de Silvastone em homenagem a Ayrton.
Em 1984, conseguiu uma vaga na equipe Toleman-Hart de
Fórmula 1. Nesta categoria, mais uma vez seu talento não tardou a se destacar, especialmente no Grande Prêmio de Mônaco sobo intensa chuva. No ano seguinte, Senna foi contratado como segundo piloto da então grande equipe Lotus, e logo venceria seu primeiro GP em Estoril, Portugal, também debaixo de uma grande chuva.
Em
1988 Senna migrou para a equipe McLaren, formando dupla com Alain Prost. A competitividade acirrada entre ambos provocou alguns incidentes durante a temporada. No final, tendo vencido oito das dezesseis provas da temporada contra sete de Prost, Senna sagrou-se campeão.
Na pista, dedicou-se ao máximo e conduziu sempre com muita técnica e precisão, inclusive durantes os treinos classificatórios, uma de suas especialidades.
Uma importante marca de Senna que ainda não foi superada é o número de vitórias no complicado circuito de rua de
Mônaco, onde venceu por seis vezes, sendo cinco consecutivas: 1989 a 1993.Em pista molhada, Senna sempre foi extremamente talentoso. No Grande Prêmio da Europa de 1993, em Donington Park, demonstrou seu talento ao sair em quarto lugar, cair para quinto e, depois, ir para a primeira posição, ainda na metade da primeira volta, passando Michael Schumacher, Wendlinger, Hill e Prost. No decorrer da prova, com a instabilidade climática, havia períodos em que a chuva cessava e logo depois voltava, aumentando a dificuldade para os pilotos e para as equipes, que precisavam ser o mais eficientes possíveis nas trocas de pneus "slick", ou seja, pneu para pista seca, e pneus "biscoito" para pista molhada. Senna por sua vez, dispensou essa particularidade que os pneus exigiam, não entrando nos boxes para as trocas quando a pista molhava, segurando o carro na chuva com os pneus "slicks" de pista seca, e não se dando por satisfeito, conseguia se manter na frente dos seus adversários correndo mais rápido do que eles, com os seus respectivos carros devidamente adequados com pneus "biscoito", de chuva. Ao fim da prova, tinha uma vantagem de uma volta sobre praticamente todos os oponentes (exceto Damon Hill, que chegou em segundo lugar por que o proprio Senna permitiu para forçar seu rival, Prost chegar em terceiro lugar).
Em
1994, Senna finalmente deixou a McLaren e mudou-se para a equipa Williams-Renault. Mas, após receber o carro, surpreendeu-se pela negativa. O carro piorou muito em relação ao bólido campeão de 1993, mas continuou competitivo. Em função da mudança no regulamento da FIA, foram proibidos os recursos eletrónicos. Assim, componentes como a suspensão activa e o controlo de tracção das rodas traseiras, principais responsáveis pelas tranquilas vitórias de Mansell em 1992 e Prost em 1993, foram retirados do carro.
A primeira corrida de 1994 aconteceu no
Brasil, em Interlagos. Ayrton Senna liderava a prova seguido de Michael Schumacher. Contudo foi ultrapassado por este durante o pit stop (paragem das boxes), graças à rápida troca de pneus e reabastecimento da Bennetton (que depois levantaria suspeitas). A 16 voltas do final, quando Senna tentava alcançar o alemão, acabou pegado uma zebra e rodou, com o motor a apagar-se de seguida. A vitória ficou com Michael Schumacher. No Pacífico, em Aida, no Japão, largou na frente, mas na primeira curva foi atingido por Mika Hakkinen e Nicola Larini. Teve que ver nas boxes uma nova vitória de Schumacher.
Em 1 de Maio de
1994, fui assistir ao GP de San Marino em um bar de Boa Viagem – Recife – como costumava fazer, pois assim era possível fazer parte de uma grande torcida que lotava o local, bem como tomar uns uisques para iniciar os trabalhos etílicos do domingo. Naquele domingo Senna largou novamente em primeiro, mas um acidente envolvendo os carros de J. J. Lehto e Pedro Lamy trouxe o safety car à pista por cinco voltas. Na sétima volta, o seu carro saiu da pista na curva Tamburello, e Senna foi retirado de elicóptero, enquanto Galvão Bueno anunciava que o acidente havia sido sério demais. Saimos desolados daquele bar com TV e fomos para o Azulzinho no Pina pensando em esquecer aquela corrida que já estava perdida para nosso ídolo. Minutos depois, umas crianças que estavam em frente à TV de uma lanchonete a alguns metros da gente vieram correndo avisar a todos: Ayrton Senna morreu! Apesar dos esforços da equipa médica, que demorou muito no socorro, não sobreviveu à colisão a mais de 200 quilômetros por hora contra o muro de betão.
Seguiram-se dias muito tristes, e só a partir de então ficamos sabendo da sua preocupação com os desprotegidos, principalmente as crianças.
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Wednesday, March 28, 2007

Zélia Gattai

Zélia
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Homens Maduros

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Há uma indisfarçável e sedutora beleza na personalidade de muitos Homens que hoje estão na idade madura.
É claro que toda regra tem suas exceções, e cada idade tem o seu próprio valor.
Porém, com toda a consideração e respeito às demais idades, destacarei aqui uma classe de Homem que são companhias agradabilíssimas:
Os que hoje são quarentões, cinqüentões e sessentões.
Percebe-se com uma certa facilidade, a sensibilidade de seus corações, a devoção que eles têm pelo que há de mais belo: O SENTIMENTO.
Eles são mais inteligentes, vividos, charmosos, eloqüentes.
Sabem o que falam e sabem falar na hora certa.
São cativantes, sabem fazer-se presentes sem incomodar. Sabem conquistar uma boa amizade.
Em termos de relacionamentos, trocam a quantidade pela qualidade, visão aguçada sobre os valores da vida, sabem tratar uma mulher com respeito e carinho.
São Homens especiais, românticos, interessantes e atraentes pelo que possuem na sua forma de ser, de pensar e de viver.
Na forma de encarar a vida, são mais poéticos, mais sentimentais, mais emocionais e mais emocionantes.
Homens mais amadurecidos têm maior desenvoltura no trato com as mulheres, sabem reconhecer as suas qualidades, são mais espirituosos, discretos, compreensivos e mais educados.
A razão pela qual muitos Homens maduros possuem estas qualidades maravilhosas deve-se a vários fatores: a opção de ser e de viver de cada um, suas personalidades, formação própria e familiar, suas raízes, sabedoria, gostos individuais, etc...
Mas eu creio que em parte, há uma boa parcela de influência nos modos de viver de uma época, filmes e músicas ouvidas e curtidas deixaram boas recordações da sua juventude, um tempo não tão remoto, mas que com certeza, não volta mais.
Viveram a sua mocidade (época que marca a vida de todos nós) em um dos melhores períodos de nosso tempo: Os anos 60 e 70. Considerados as “décadas de ouro” da juventude, quando o romantismo foi cantado em verso e prosa.
A saudável influência de uma época, provocada por tantos acontecimentos importantes, que hoje permanecem na memória, e que mudaram a vida de muitos. Uma época em que o melhor da festa era dançar agarradinho e namorar ao ritmo suave das baladas românticas. O luar era inspirador, os domingos de sol eram só alegria.
Ouviam Beatles, Johnny Mathis, Roberto Carlos, Antonio Marcos, The Fevers, Golden Boys, Bossa Nova, Marres Albert, Jovem Guarda e muitos outros que embalaram suas “Jovens tardes de domingo, quantas alegrias! Velhos tempos, belos dias.”
Foram e ainda são os Homens que mais souberam namorar: Namoro no portão, aperto de mão, abraços apertadinhos, com respeito e com carinho, olhos nos olhos tinham mais valor... A moda era amar ou sofrer de amor. Muitos viveram de amor... Outros morreram de amor...
Estes Homens maduros de hoje, nunca foram homens de “ficar”. Ou eles estavam a namorar pela certa, ou estavam na “fossa”, ou estavam sozinhos. Se eles “ficassem”, ficariam para sempre... ao trocar alianças com suas amadas.
Junto com Benito de Paula, eles cantaram a “Mulher Brasileira, em primeiro lugar!”
A paixão pelo nosso país era evidente quando cantavam:
“As praias do Brasil, ensolaradas
No céu do meu Brasil, mais esplendor..
A mão de deus, abençoou,
Mulher que nasce aqui, tem muito mais amor...
Eu te amo, meu Brasil, eu te amo...
Ninguém segura a juventude do Brasil... sil... sil... sil...”
A juventude passou, mais deixou “gravado” neles, a forma mais sublime e romântica de viver.
Hoje eles possuem uma “bagagem” de conhecimentos, experiências, maturidade e inteligência, que foram acumulando com o passar dos anos.
O tempo se encarregou de distingui-los dos demais: Deixando os seus cabelos cor-de-prata, os movimentos mais suaves, a voz pausada, porém mais sonora. Hoje eles são Homens que marcaram uma época.
Eu tenho a felicidade de ter alguns deles como amigos virtuais, mesmo não os vendo pessoalmente, percebo estas características através de suas palavras e gestos.
Muitos deles hoje, “dominam” com habilidade e destreza essas máquinas virtuais, comprovando que nem o avanço da tecnologia lhes esfriou os sentimentos pois ainda se encontram com versos, rimas, músicas e palavras de amor. Nem lhes diminuiu a grande capacidade de amar, sentir e expressar seus sentimentos. Muitos tornaram-se poetas, outros amam a poesia.
Porque o mais importante não é a idade denunciada nos detalhes de suas fisionomias e sim os raros valores de suas personalidades.
O importante é perceber que os seus corações permanecem jovens... São Homens maduros, e que nós, mulheres de hoje, temos o privilégio de poder admira-los.
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Cuba e Seu Povo... Quando a Resistência Incomoda.

A pobreza, mesmo quando imposta, não impede a felicidade.
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Dedico esta publicação ao meu amigo arquiteto Alexandre Oliveira.
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Surpreendido com o conteúdo da reportagem “O Sonho de Cuba Acabou”, matéria de capa de Domingo 25.02.07 do Jornal do Brasil, Pedro Mosquera, embaixador de Cuba no Brasil enviou carta ao diretor de jornalismo Augusto Nunes, contestando o clima de desencanto e ironia mostrado na reportagem, e aproveitando para falar das condições de vida conquistadas pelos cidadãos cubanos e da imagem guerreira que Fidel tem, junto à população cubana.

“Brasília, 26 de fevereiro de 2007

Senhor Augusto Nunes,
Diretor de Jornalismo,
do Jornal do Brasil.

Prezado Senhor:

Li com surpresa o artigo sobre Cuba publicado ontem (25), Domingo, no Jornal do Brasil, assinado por Clara Cavour, no qual se anuncia outro artigo também sobre meu país para hoje, segunda-feira. Digo que o li com surpresa, porque até agora o Jornal do Brasil tinha se referido ao meu país com certa objetividade, mediante artigos de muito boa qualidade, escritos por personalidades de elevado calibre intelectual.
O artigo de ontem, no entanto, está lotado de falsidades, insinuações, manipulações e má vontade.
Muito me estranha que se publiquem sobre Cuba artigos desse tipo, porque conheço que o governo dos Estados Unidos da América dispõe de 80 milhões de dólares para financiar uma campanha de mentiras, manipulações e descrédito contra meu país, sobretudo na América Latina. Também é muita casualidade que se publiquem estes artigos, dirigidos a agradar ao império, quando faltam poucos dias para a visita ao Brasil do Imperador Bush II.
O que Cuba sofre, e disso pouco se fala no artigo de Clara Cavour, é um criminoso bloqueio econômico, comercial e financeiro por parte dos Estados Unidos, que custou ao povo cubano mais de oitenta milhões de dólares; e que lhe impede de receber créditos de instituições financeiras como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, ou o Banco Interamericano de Desenvolvimento.
O que Cuba sofre, é uma permanente política de hostilidade e agressões por parte da única superpotência de nossos dias; da introdução deliberada de doenças contra as pessoas, os animais e as plantas, que causaram consideráveis perdas; e de atos terroristas que custaram a meu país mais de cinco mil vítimas entre mortos e feridos.
O que Cuba sofre – e disso também não fala o Jornal do Brasil - é de ter cinco de seus filhos presos injustamente em cárceres dos Estados Unidos, por lutarem contra o terrorismo.
O que Cuba não tem, são meninos pedindo esmolas nas ruas, para poder viver normalmente.
O que Cuba não tem, são meninos obrigados a fazer trabalho infantil, e às vezes em condições de escravidão, para poder ajudar no sustento familiar.
O que Cuba não tem são meninos que morrem de doenças curáveis; nem meninos que não podem freqüentar escolas; nem pessoas analfabetas; nem famintos, nem mortes de pais desesperados pela miséria e pelas condições infra-humanas que são obrigados a suportar a cada dia.
O que Cuba tem é muita dignidade e inteireza.
O que Cuba tem é um PIB que, em 2006, cresceu 12,5% sendo o que mais cresceu na América Latina.
O que Cuba tem é uma população que vive com dignidade, e que recebeu no ano passado 29 milhões de utensílios e aparelhos eletrodomésticos, como parte de um programa integral de poupança de energia.
O que Cuba tem são 110 mil novas moradias para a população, construídas no ano passado.
O que Cuba tem é um sistema educacional com 88.049 computadores, deles, 34.846 com acesso à internet, que 2.482.862 estudantes utilizam.
O que Cuba tem são 880 mil graduados universitários, deles, oito mil doutores.
O que Cuba tem são 67 universidades, com uma matrícula atual de 606.300 estudantes.
O que Cuba tem é uma taxa de alfabetização de 99,8 por cento.
O que Cuba tem é um sistema de saúde que conta com 70.594 médicos, 10.554 estomatólogos, 2.753 enfermeiras e 94.286 técnicos e auxiliares, para uma população de 11,2 milhões de habitantes.
O que Cuba tem é uma mortalidade infantil de 5,3 por mil nascidos vivos.
O que Cuba tem é uma esperança de vida de 77,6 anos para homem e 78,9 para mulheres.
O que Cuba tem, senhor diretor de jornalismo, é um Comandante em Chefe que encarna a dignidade, inteireza, valentia e espírito de resistência de seu povo, frente as agressões do império, as ameaças do imperador, e as falsidades e manipulações de jornalistas mercenários.
Um Comandante em Chefe que soube ganhar-se um lugar junto aos Próceres da Independência da América Latina e do Caribe.
E junto a esse Comandante em Chefe, o que Cuba tem é um povo corajoso e solidário, que trabalha por desenvolver um sistema de justiça social que garanta a dignidade plena para todos; um povo que enviou mais de 30 mil de seus filhos a levar saúde e esperança de vida a mais de cem países do mundo; um povo que soube acolher, como filhos próprios, a mais de 20 mil jovens de todo o mundo, que estudam como bolsistas em suas universidades

Solicito a você, senhor diretor de jornalismo, que se publique integralmente o texto desta carta, para benefício dos leitores do Jornal do Brasil

Respeitosamente,
Pedro Nez Morquera,
Embaixador de Cuba."
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Generosa colaboração do economista Filipe Reis.
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Thursday, March 15, 2007

Heróis Que Não Estão no Big Brother...

Só pra se sentir feliz...
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Chamar entusiasticamente de heróis os participantes do Big Brother, como fez o ex-reporter e atual mamulengo da Rede Globo Pedro Bial, já é faltar demais com o respeito aos milhares de verdadeiros heróis que, no anonimato,
dão uma demonstração do que seremos no futuro, caso sobrevivamos a tanta hipocrisia.
Heroína é a Dra. Vanessa Remy-Picollo, jovem pediatra francesa de vinte e oito anos de idade, que abriu mão do conforto em seu país, para servir na África como voluntária do programa Médicos sem Fronteiras.
Ela que nos relata que cansou de atender crianças que com um ano de idade pesavam em torno de 3,6 kg, que corresponde ao peso de um recém-nascido.
Heroína que relata que muitas mães chegam até ela dizendo que levaram os alimentos doados para casa, mas que seus filhos parecem que desaprenderam a se alimentar e se recusam a abrir a boca.
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Sugestão de texto: Cristiano Felipe Vasconcelos Freire

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Sunday, March 11, 2007

Dom Helder Câmara

Alterações na foto: Rodolfo Vasconcellos
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Ele sabia que não viria nenhuma ajuda lá do alto; que seu brilho era próprio... mas teve complacência com seu povo: começou a mostrar-lhes que só eles mesmos, individualmente, poderiam produzir as devidas mudanças.
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Friday, March 09, 2007

Oscar Niemeyer

Cem anos sem perder o "prumo".
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Passou sua juventude como um jovem carioca típico da época: boêmio, sem a menor preocupação com os rumos de sua vida. Concluiu o ensino secundário aos 21 anos, mesma idade com que casa com Annita Baldo, filha de imigrantes Italianos da província de Pádua, com quem teve somente uma filha Anna Maria Niemeyer. Niemeyer tem cinco netos, treze bisnetos e quatro trinetos.
Após o casamento decide trabalhar e continuar seus estudos. Começa a trabalhar na oficina
tipográfica do pai e entra para a Escola Nacional de Belas Artes, de onde sai formado como engenheiro arquiteto em 1934. Na época passava por dificuldades financeiras, mas mesmo assim decidiu trabalhar sem remuneração no escritório de Lucio Costa e Carlos Leão. Ele se sentia insatisfeito com a arquitetura que via na rua e acreditava poder encontrar respostas a suas dúvidas de estudante com eles.
Em
1945, já um arquiteto com algum nome, filia-se ao PCB. Niemeyer era um menino na época da revolução russa, um jovem idealista durante a Segunda Guerra Mundial e viveu nos auges da Guerra Fria. Sempre foi um forte defensor de sua posição como stalinista. Em 1946, convidado a dar um curso na Universidade de Yale, nos EUA, tem seu visto de entrada cancelado. Em 1947, obtida a permissão de estada nos Estados Unidos, viaja a Nova Iorque para desenvolver o projeto da sede da ONU. Em 1964, viajando a trabalho para Israel, é surpreendido pela notícia do golpe militar no Brasil. Retorna ao país em novembro, quando é chamado pelo DOPS para depor. É nomeado membro honorário da Academia Americana de Artes e Letras e do Instituto Nacional de Artes e Letras. Diria, mais tarde: " Mas durante a ditadura, tudo foi diferente. Meu escritório foi saqueado e o da revista Módulo, que dirigia, semi-destruído. Meus projetos pouco a pouco começaram a ser recusados." - "Lugar de arquiteto comunista é em Moscou ", desabafou um dia à imprensa o Ministro da Aeronáutica. " Visitou a União Soviética, teve encontros com diversos líderes socialistas e foi amigo pessoal de alguns deles. Fidel Castro teria dito a respeito dele: "Niemeyer e eu somos os últimos comunistas deste planeta". Em 1970, em protesto contra a guerra do Vietnã, desliga-se da Academia Americana de Artes e Ciências. Em 1996, projeta o Monumento Eldorado Memória, doado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra.Em 2000, no Rio de Janeiro, é lançado o documentário "Oscar Niemeyer um arquiteto engajado em seu século", do cineasta belga Marc-Henri Wajnberg. Em 2001 recebe a Medalha da Ordem da Solidariedade do Conselho de Estado da República de Cuba, a Medalha do Mérito Darcy Ribeiro do Conselho Estadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro, o Prêmio UNESCO 2001, na categoria Cultura e os títulos de Grande Oficial da Ordem do Mérito Docente e Cultural Gabriela Mistral, do Ministério da Educação do Chile e de Arquiteto do Século XX, do Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil.
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Ariano Suassuna

Brasileiro, paraibano, pessoense, taperoaense.
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"Arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa".
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"Eu sofri muito por amor. Eu sou feio desde menino, isso aí justiça seja feita à velhice, não é culpa da velhice, eu já era feio menino. Ao mesmo tempo que era feio, eu era apaixonado pela beleza, não queria namorar com gente feia não, só me servia mulher bonita, e as mulheres bonitas não me queriam, eu era feio demais. Resultado, sofri demais nesse tempo, muito mesmo, eu conversava com as moças por quem me apaixonava, quando elas sabiam que eu estava namorando com elas, elas acabavam… (Risos) A gente hoje acha graça, mas foi muito ruim, foi muito ruim, isso foi muito. Tanto na infância como na adolescência, como na adolescência como na juventude. Quem me curou disso foi minha mulher, porque foi a única que eu encontrei que era bonita e que me quis foi ela, depois daí eu não sofri mais por amor, foi tudo bom. Mas, eu estava dizendo, uma das conquistas da velhice, a velhice tem aquelas coisas ruins, mas tem uma coisa boa também, eu hoje estou vivendo uma serenidade como eu nunca tinha tido, nunca me senti assim tão sereno, eu era muito duro, quando jovem. Era duro comigo e por isso eu me sentia no direito de ser muito duro com os outros, hoje eu tenho uma reflexão muito maior, uma tolerância e como decorrência disso uma serenidade."
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Friday, February 09, 2007

Fidel Castro

............................. Na mira!...

Fidel está muerto
!Que viva então el Fidel!
15/01/2007





Morreu, Fidel?
Se morreu, morreu na minha opinião, o maior herói do século 20.
Com ele morrem muitos personagens: o jovem advogado, filho de rico fazendeiro envergonhado de viver numa pátria em que um patife vagabundo como Batista havia transformado num bordel de luxo para a máfia e políticos norte-americanos corruptos.
Morreu o rapaz que passou dos 27 aos 29 anos na cadeia, por não aceitar a democracia imposta pelos americanos com votos comprados ou obtidos à força. Morreu o leitor de Martí, de frei Bartolomeo de Las Casas, de Marx e, certamente, de Cervantes.
Morreu o homem mais amado de Cuba e o mais odiado pelos cubanos que preferiram Miami e Disney.
Morreu também o homem que condenou muita gente à morte, entre elas, o número 2 das Forças Armadas Cubanas, envolvido com o tráfico de drogas.
Morreu o homem que a CIA tentou matar mais de dez vezes e que suportou o maior embargo econômico da história moderna.
Morreu o homem que fez a reforma agrária como já poderíamos ter feito há muito tempo: pagando aos latifundiários o que declararam que valiam as terras na hora de pagar seus impostos.
Morreu o homem que devolveu a auto-estima aos cubanos.
Morreu o homem que diziam possuir a quinta fortuna no mundo. Fidel respondeu que, se encontrassem um dólar numa conta em seu nome ou no nome de seus filhos no exterior, ele resignaria ao cargo.
Morreu o homem que acabou com o analfabetismo, tornou obrigatório o Ensino Médio e financiou universitários.
Morreu o homem que fez de Cuba um exemplo para a medicina da América Latina.
Morreu o homem que fez de Cuba a maior potência atlética da América Latina.
Morreu o comunista que o Papa abençoou.
Certa vez, em Cuba, comecei a entrevistar passantes nas ruas. Todos estavam empregados, ninguém morava em casa alugada e todos, de certa forma, eram funcionários do Estado. Menos um. Perguntei ao senhor carequinha, o tal único, se era funcionário e ele, sorrindo, disse-me que não.
Profissional liberal. Soy limpia botas.
Na verdade, foram os americanos que jogaram Fidel nos braços da União Soviética. Queriam eleições em Cuba e tinham um candidato que - como já haviam feito com Batista - seria apenas um homem de palha. Foi muito ingênuo achar que, depois de limpar e dedetizar a casa, Fidel deixaria que os americanos colocassem alguém como um Collor, por exemplo, lembram-se?
Ou como Sarney e FHC, que deixaram o poder riquíssimos e o povo cada vez mais pobre e ignorante.
Arthur Miller, Robert Frost, Edmond Wilson, Sartre, Russell, Clifford Odets, Adiai Stevenson, John Steinbeck, entre outros grandes intelectuais da época, escreveram artigos pedindo a Kennedy que deixasse Cuba em paz. Mas Kennedy preferiu promover o fiasco da Baía dos Porcos e receber, como hóspedes, cubanos leais ao governo americano que em Cuba ninguém queria.
Estive duas vezes com Fidel. Da primeira, perguntei-lhe (por ordem da direção da TV) por que não instituía eleições livres.
Ele me declarou que sairia muito caro para eles e mais caro ainda para os americanos que mandariam dinheiro para corromper os poucos indecisos.
Da segunda vez, eu e outros jornalistas o acompanhamos num passeio pelas ruas - e não vi um guarda-costas. Formou-se uma multidão gritando Viva Fidel! e uma mulher grávida o abraçou.
Perguntou-lhe quantos filhos já tinha. Ela disse que este seria o terceiro, e ele: Por que não está tomando pílula?
Que seja o último.
Nossa ilha não pode alimentar mais do que o seu espaço permite.
Hoje em dia falam muito das prostitutas de Cuba, mas esquecem-se de falar dos milhões de mulheres que, graças a Fidel, salvaram-se da miséria, da fome e da prostituição. Podemos dizer a mesma coisa no Brasil?
Mas Cuba é uma ditadura e Fidel um ditador.
Pois eu lhes digo que 80% do povo brasileiro jamais viu tal democracia. Da última vez que estive em Cuba, entrevistei Teófilo Stevenson, cinco vezes campeão mundial olímpico dos pesos pesados. Ele me apresentou a mulher e filhos, bem como os seus alunos de educação física. Perguntei-lhe por que não aceitara o contrato de US$ 5 milhões que os americanos haviam lhe oferecido.
Respondeu:
- Há muito a fazer em Cuba e, além disso, há coisas mais importantes que o dinheiro.
. . . Fidel já morreu?
Não!
- Viva Fidel !



Fausto Wolf, é jornalista, escritor e poeta dos bons. Co-fundador e editor do Pasquim. Escreveu entre outros, Sandra na Terra do Antes - infantil, O dia em que Comeram o Ministro, A Mão Esquerda, O Acrobata pede Desculpas e Cai, O Lobo atrás do Espelho, O Nome de Deus - romances, Cem poemas de amor, e uma canção despreocupada, Gaiteiro Velho, além de inúmeras poesias.

Texto gentilmente traduzido e enviado pelo economista Filipe Reis.

Friday, January 12, 2007

Chico Buarque

Chico lá em casa...

Luiz Carlos Vasconcelos
















É muito difícil presentear pessoas como Luiz Carlos. Qualquer presente dos convencionais o faria rir interiormente. Não por ingratidão ou desprezo à gentileza ou prova de carinho recebidos, mas, acho que riria de si mesmo, de felicidade, ao se perceber ainda indiferente ao convencional. Acredito mesmo que assim seguirá todos os seus dias.
A primeira lembrança de Luiz Carlos quando éramos crianças em Umbuzeiro, vem montada em um lindo e grande velocípede, de rodas brancas e largas, com guidon de bicicleta, que ele manobrava rapidamente por entre os móveis da sala para desespero de mamãe, que findava irritando-se ainda mais com a nossa barulhenta torcida a estimulá-lo. Esse mesmo velocípede, usava na calçada da usina vizinha a nossa casa em grande velocidade, driblando pequenas pedras que colocávamos, traçando assim um sinuoso e difícil percurso.
Morávamos todos em Umbuzeiro, sua cidade natal. Os circos que chegavam à cidade – para desespero de Ciço Bode proprietário do pequeno cinema - e felicidade nossa, em sua totalidade não tinham nem mesmo pano de cobertura. Cinco ou seis lances de arquibancadas escondidas num encardido e remendado pano de roda, bastavam para enlouquecer os umbuzeirenses. O palhaço também era o galã, trapezista e proprietário do circo, além de marido da bailarina que, por sua vez, também era assistente do mágico, do palhaço e do trapezista, além de protagonizar o melodrama “A Louca do Jardim”, esquete teatral que fechava com chave de ouro o espetáculo da noite, como registraria Luiz Carlos, numa entrevista sobre a Intrépida Troup.
De Umbuzeiro ainda, trago a lembrança do “Baú de roupas de época” citado por Luiz Carlos em algumas entrevistas. Era um baú de verdade, desses que não existem mais, pelo menos do tamanho daquele, onde mamãe guardava as fantasias finas dos carnavais brincados em Caruaru quando ainda era solteira. Lembro de muita seda colorida nas mais fortes tonalidades, adereços, sapatos, chapéus... Acreditem, naquele baú não havia nada mais que isso, pelo menos para os meus pobres olhos. Já para os de Luiz Carlos, havia muito mais que tecidos coloridos e complementos de fantasias... Havia vida. Uma vida que só ele enxergava e sentia, no meio daquelas cores e do cheiro de roupa guardada.
Hoje percebo que era a sua própria vida, de forma ainda embrionária, que alí estava.
Em uma das três entrevista no programa do Jô, referiu-se a Umbuzeiro: “Minha visão de mundo é determinada por ser dali!” Lembro de mais uma reportagem na Folha de São Paulo quando, chegando da Inglaterra, depois de ver a sua Vau da Sarapalha ser aplaudida de pé em Londres, foi questionado sobre suas origens em Umbuzeiro: “Se eu tivesse tido uma formação camponesa, que não tivesse me permitido estudar, estaria tocando viola e lendo cordel na feira de Umbuzeiro, com o maior gosto.” E ainda na mesma entrevista, sobre a dificuldade que deveria ser, compatibilizar todas essas atividades com as de palhaço, alertou: “Ser palhaço é uma pulsão de vida!”
Depois daí, vieram os filmes; a televisão, na novela Senhora do Destino, e principalmente nas minisséries – inclusive “A Pedra do Reino” da obra de Ariano Suassuna; as mil apresentações de Vau da Sarapalha e seu lirismo reflexivo; o reconhecimento em larga escala... mais filmes...
Com todo esse sucesso, reconhecido principalmente pela crítica inteligente, fiquei me imaginando andando nas ruas sob os olhares atentos das pessoas a cochicharem: “Aquele é um dos irmãos de Luiz Carlos Vasconcelos...” Enquanto ele, colocava ordem na casa: “Mas, agora, preciso chefiar a mim mesmo. Tenho que manter o rigor e não descuidar da minha rota.”
Ainda bem que as suas escolhas sempre aumentaram o meu prazer e o meu orgulho em ser seu irmão.
Durante as filmagens de Abril Despedaçado, deixou registrado em outra entrevista como recebia os elogios unânimes da crítica: “Mereço isso, e tenho certeza que chega na hora certa, quando posso administrar de forma sábia. Se fosse há dez anos, já teria me deslumbrado e acreditado nas críticas internacionais de Eu, Tu, Eles que me colocaram como galã, aceitando convites para qualquer papel na televisão, enfim, deixando a minha vaidade, que é extrema, me conduzir” E, para solidificar essa conduta de indiferente ao convencional, ao óbvio, mesmo quando eles vêm travestidos da palavra sucesso, ratificaria em mais um depoimento aos jornais, logo após Senhora do Destino: “A televisão não me apresenta nenhum desafio. Se eu fizesse, iria sofrer, e aí, eu vou fazer apenas para estar na novela?!”
Em 1977 eu estava de volta a João Pessoa, depois de alguns anos em Brasília. Encontrei Luiz Carlos motivadíssimo com a fundação da Escola Piollin. A palavra de ordem, era: “Fazer arte transformando o ser humano, e, aqui em João Pessoa, quem precisa dessa transformação são as crianças da vizinhança da Piollin!” A escola funcionava precariamente já no mesmo local onde até hoje funciona. Sua troupe de sonhadores havia invadido e se apossado das instalações daquela fazenda abandonada. Quando a imprensa se deu conta e começou a pressionar, fiquei apavorado e fui até ele colocar-me à disposição, bem como indicar alguns amigos que poderiam dar uma força dentro do governo... Ouvi dele, sem sequer parar o que estava fazendo: “Agora que fincamos os pés, não arredaremos mais!”
O lado doce e sensível desse homem fascinado pelo circo e treinado nos palcos da vida, não contrasta com o seu lado aguerrido e destemido. Convivem em harmonia entre si, e com suas obstinação e perseverança, duas outras grandes qualidades que desenvolveu através de ações, forjando sua alma de eterno artista mambembe, que vai de um desafio a outro embevecido pelos riscos que correrá, e, através desses riscos, tornando realidades suas tentações como sugerira Grotowsky, mas, sem afastar-se do caminho que traçara para si mesmo.
Durante as filmagens de “A Pedra do Reino” da obra de Ariano Suassuna, em Taperoá, talvez por estar mais próximo à Natureza, talvez por estar reencontrando o ludismo da vida interiorana, Luiz Carlos, certamente, deixou mais evidente sua preferência pelo inusitado, pelo não-óbvio; sua atração pelo desconhecido, pelo quase impossível; sua capacidade de perceber além das palavras que lhe chegam, além do dedo em riste que “elogia”; sua sensibilidade aflorada para receber, acolher, proteger. E a Natureza não deixou por menos, e presenteou-o com Chico – ou Francisco, como prefere. Criança de nove anos, da periferia de Taperoá, sem nunca haver recebido os cuidados mínimos necessários, mas, com um brilho nos olhos capaz de conquistar e apaixonar qualquer um.
Luiz Carlos o adotou e o trouxe consigo para João Pessoa, para ser seu filho.
Sábado passado foi meu dia de conhecê-lo pessoalmente, após alguns contatos por telefone. Estava diante do espelho do banheiro, com a porta aberta, quando um pequeno vulto passou voando pela porta e imediatamente retornou, ficando diante dela, com os braços abertos, um sorriso espontâneo e largo, e o grito a todo pulmão: “Tio Dodôôôôôô!!!!!” E saltou em meus braços dentro do banheiro. Claro que não contive as lágrimas... Em seguida entrou Luiz Carlos, dizendo que, mal conseguira parar o carro e ele já desceu e forçou o portão fazendo sinal de silêncio com o dedo nos lábios. E entrou correndo pela casa que não conhecia, em busca do tio que não conhecia. Foram três dias inesquecíveis, com uma centena de fotos, comidinha japonesa que ele provou usando os palitinhos –hashi, churrasco, dias inteiros dentro da piscina usando minhas costas como trampolim, chocolates, torta alemã, conheceu o Farândola, fez passeios por Boa Viagem, feirinha típica... Uffa! E ainda ganhou um lindo filhote de Mastim Napolitano para guardar sua nova casa. Choramos todos quando partiu, prometendo voltar qualquer dia desses.
Para um texto de blogg, ficaria muito extenso contar todas as histórias de raça, destemor, fé e confiança na vida, que sei de Luiz Carlos. E de Xuxu?!... Como aquela sua estocada nos Senadores da República em pleno Salão de Imprensa do Congresso Nacional?!...
Permitam-me então, antes de encerrar, citar uma pequena parte da Carta da Paraíba, escrita pelos participantes quando do encerramento do Riso da Terra:
“Cultivemos o riso, mas, não um riso que discrimine o outro pela sua cor, religião, etnia, gostos e costumes. Cultivemos o riso para celebrar as nossas diferenças. Um riso que seja como a própria vida: Múltiplo, diverso, generoso. Enquanto rirmos, estaremos em paz.”

Thursday, January 04, 2007

Te conheci no Recife

Foto: Rodrigo Campos. Querido e inesquecível amigo.
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Dos rios cortados de pontes
Dos bairros, das fontes coloniais
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CAPIBARIBE
(caapiuar-y-be / capibara-ybe)
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Chamo-te Capibaribe
És Tupi entre capivaras
E porcos selvagens
Desde o agreste à zona da mata
Tua beleza espalhas
Ao longo de dez cidades
Hoje, olho para ti
Parece que te matam um pouco a cada dia
Mas resistes... és teimoso
Alimentas tantas barrigas e tantas almas
E segues tu, junto a uma gente caranguejo
Arrastando-se, sobrevivendo
Mas outrora foste mais
Hidrovia para pessoas e ouro branco
Tuas águas, terapia
Hoje, olho para ti
Parece que te matam um pouco a cada dia
Mas resistes... és teimoso
Porém não escuto os teus murmúrios
A quem segredas a tua dor?
É às pontes que falas baixinho teus lamentos?
Só vejo a tua beleza,
Hipnotizo-me no reflexo brilhante
Que mostras os casarios da aurora,
Na tua força que brota nos verdes dos manguezais
E nos beijos e carícias que trocas com as garças.
Aqui estou, ao teu lado
Traduzindo o que sentes e o que nos fazes sentir
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liliana miranda
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Lynn Margulis

Lynn Margulis
Lynn Margulis tem a faculdade de fazer-nos pensar, a partir da experiência e do conhecimento científicos, sobre as eternas indagações do ser humano: que fazemos aqui, de onde viemos e, sobretudo, para onde vamos? Lynn Margulis muda a visão preestabelecida que temos do mundo que nos rodeia e do qual fazemos parte.
Há bilhões de anos o que havia eram apenas micróbios, e hoje existe, por exemplo, a civilização humana. É o caso de perguntar, portanto, qual é a relação entre a espécie humana e as outras formas vivas. Lynn Margulis desenvolveu uma das teorias mais imaginativas (e mais belas!) sobre como aqueles habitantes do microcosmos se “associavam” para criar novas formas que, por sua vez, conseguiram transformar o planeta naquele que havia de continuar a evolução que chega até nós. Nada parece ser exclusivo da espécie humana: seus poderes não são únicos, sua existência não é o ponto mais alto de coisa alguma.
Os micróbios cobrem nada menos que cinco sextas partes da história da vida; vivem em nós, e nós, neles. Eles nos “inventaram”, pois foram eles que estabeleceram as bases químicas e estruturais fundamentais que constituem a base de qualquer forma de vida. A idéia central de Margulis é, portanto, a simbiose, quer dizer, seres simples especializados em diferentes funções estabelecem sucessivas alianças e pactos para criar superestruturas cada vez mais gerais e complexas. A idéia de competência e sobrevivência do mais apto desaparece, para eles, diante desta nova idéia, baseada na interação contínua, na coabitação e na mútua dependência das diferentes espécies. Aprendemos com Lynn Margulis, qual é o papel da consciência humana nessa saga prodigiosa.
MICROCOSMOS
QUATRO BILHÕES DE ANOS
DE EVOLUÇÃO MICROBIANA
Cultrix

Wednesday, January 03, 2007

Fritjof Capra

Fritjof Capra
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É um físico teórico e escritor que desenvolve trabalho na promoção da educação ecológica.
Capra recebeu, em 1966, seu doutorado em física teórica pela Universidade de
Viena e tem dado palestras e escrito extensamente sobre as aplicações filosóficas da nova ciência. Atualmente vive com a esposa e a filha em Berkeley, Califórnia, onde é o diretor do centro de educação ecológica.
Capra tornou-se mundialmente famoso com seu O Tao da física, traduzido para vários idiomas. Nele, traça um paralelo entre a física moderna (relatividade, física quântica, física das partículas) e as filosofias e pensamentos orientais tradicionais, como o
taoísta de Lao Tsé, o Budismo (incluindo o zen) e o Hinduismo. Surgido nos anos 70, O Tao da física busca os pontos comuns entre as abordagens oriental e ocidental da realidade.
Outro livro seu tornou-se referência para o
pensamento sistêmico: O Ponto de Mutação, cujo nome foi extraído de um hexagrama do I Ching. Nele Capra compara o pensamento cartesiano, reducionista, modelo para o método científico desenvolvido nos últimos séculos, e o paradigma emergente do século XX, holista ou sistêmico (que vê o todo como indissociável, de modo que o estudo das partes não permite conhecer o funcionamento do organismo), em vários campos da cultura ocidental atual, como a medicina, a biologia, a psicologia e a economia.
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Peter Singer

Peter Singer

"Se seguirmos aquela idéia do "não fazei ao próximo", então, embora as pessoas tenham tipos diversos de preferências e necessidades diversas, uma coisa é bastante generalizada: as pessoas não querem sofrer. Elas não desejam sentir dores físicas agudas; elas não querem passar por privações emocionais e por sofrimento. Isso é algo que temos em comum com os animais não-humanos, em geral. Mas também é uma coisa que, os habitantes de países prósperos como os Estados Unidos, têm em comum com as pessoas dos países em desenvolvimento. Ora, há várias maneiras pelas quais nós poderíamos facilmente reduzir a quantidade de sofrimento existente no universo. Uma das maneiras relaciona-se aos animais. Podemos parar de fazer a eles muitas coisas que lhes causam sofrimento, e que não necessitamos fazer. Isso iria reduzir-lhes o sofrimento. Outra maneira refe-se às pessoas que vivem nos países mais pobres do mundo. Poderíamos dar a elas uma parte da fortuna supérflua de que nós, pessoas afortunadas que vivem nas nações afluentes, dispomos, e usar essa quantia para aliviar o terrível sofrimento de pessoas que, de tão pobres, estão vivendo à beira da subnutrição e morrendo de doenças facilmente evitáveis. Uma terceira forma de reduzir o sofrimento seria ajudar os que estão morrendo de doenças como câncer, que estão passando por dores e aflições e que dizem: "Vejam, eu já sofri bastante, não quero continuar assim." Nós poderíamos capacitá-los a agir de acordo com sua própria decisão de que já sofreram bastante. Minhas concepções mais polêmicas originam-se todas dessa idéia de que devemos reduzir o sofrimento no mundo, se estiver a nosso alcance."

VIDA ÉTICA - Peter Singer

Ediouro

Vida Ética oferece uma coletânea abrangente dos melhores e mais provocantes escritos de Singer, selecionados pelo próprio autor.

Entre os assuntos polêmicos abordados, encontram-se o estatuto moral dos animais, a responsabilidade com o meio ambiente, o aborto, o infanticídio, a eutanásia e a suprema escolha de viver uma vida ética. Esse livro oferece, num só volume, uma incomparável perspectiva dos sustentáculos, e igualmente, das aplicações da filosofia que orienta Singer.


Tuesday, January 02, 2007

Jiddu Krishnamurti


Você apagou da minha memória todas as crenças em seres extra corpóreos, sem nunca haver me pedido isso.
"Observai o que realmente está ocorrendo dentro e fora de vós mesmo, na cultura de competição em que viveis, com seu desejo de poder, posição, prestígio, nome, sucesso etc.; observai as realizações de que tanto vos orgulhais, todo esse campo que chamais viver e no qual há conflito em todas as formas de relação, suscitando ódio, antagonismo, brutalidade e guerras interináveis. Esse campo, essa vida, é tudo o que conhecemos, e como somos incapazes de compreender a enorme batalha da existência, naturalmente lhe temos medo e dela tentamos fugir pelas mais sutis e variadas maneiras. Temos também medo ao desconhecido - temos da morte, temos do que reside além do amanhã. Assim, temos medo ao conhecido e medo ao desconhecido. Tal é a nossa vida diária; nela, não ha esperança alguma e, por conseguinte, qualquer espécie de filosofia, qualquer espécie de teologia representa meramente uma fuga à realidade - do que é."

John Lennon





Imagine que não exista nenhum paraíso,

É fácil se você tentar.

Nenhum inferno abaixo de nós,

Sobre nós apenas o firmamento.

Imagine todas as pessoas

Vivendo pelo hoje...

Imagine que não exista nenhum país,

Não é difícil de fazer.

Nada porque matar ou porque morrer,

Nenhuma religião também.

Imagine todas as pessoas

Vivendo a vida em paz...

Imagine nenhuma propriedade,

Eu me pergunto se você consegue.

Nenhuma necessidade de ganância ou fome,

Uma fraternidade de homens.

Imagine todas as pessoas

Compartilhando o mundo todo.

Você talvez diga que sou um sonhador,

Mas eu não o único.

Eu espero que algum dia você junte-se a nós,

E o mundo viverá como um único.

Nietzsche

Bobo da Corte


“E justamente por sermos, no fundo, homens pesados e sérios, e antes pesos do que homens, nada nos faz tanto bem como o chapéu do bobo: necessitamos dele diante de nós mesmos ― necessitamos de toda arte exuberante, flutuante, dançante, zombeteira, infantil e venturosa, para não perdermos a liberdade de pairar acima das coisas, que o nosso ideal exige de nós.”