Friday, March 09, 2007

Oscar Niemeyer

Cem anos sem perder o "prumo".
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Passou sua juventude como um jovem carioca típico da época: boêmio, sem a menor preocupação com os rumos de sua vida. Concluiu o ensino secundário aos 21 anos, mesma idade com que casa com Annita Baldo, filha de imigrantes Italianos da província de Pádua, com quem teve somente uma filha Anna Maria Niemeyer. Niemeyer tem cinco netos, treze bisnetos e quatro trinetos.
Após o casamento decide trabalhar e continuar seus estudos. Começa a trabalhar na oficina
tipográfica do pai e entra para a Escola Nacional de Belas Artes, de onde sai formado como engenheiro arquiteto em 1934. Na época passava por dificuldades financeiras, mas mesmo assim decidiu trabalhar sem remuneração no escritório de Lucio Costa e Carlos Leão. Ele se sentia insatisfeito com a arquitetura que via na rua e acreditava poder encontrar respostas a suas dúvidas de estudante com eles.
Em
1945, já um arquiteto com algum nome, filia-se ao PCB. Niemeyer era um menino na época da revolução russa, um jovem idealista durante a Segunda Guerra Mundial e viveu nos auges da Guerra Fria. Sempre foi um forte defensor de sua posição como stalinista. Em 1946, convidado a dar um curso na Universidade de Yale, nos EUA, tem seu visto de entrada cancelado. Em 1947, obtida a permissão de estada nos Estados Unidos, viaja a Nova Iorque para desenvolver o projeto da sede da ONU. Em 1964, viajando a trabalho para Israel, é surpreendido pela notícia do golpe militar no Brasil. Retorna ao país em novembro, quando é chamado pelo DOPS para depor. É nomeado membro honorário da Academia Americana de Artes e Letras e do Instituto Nacional de Artes e Letras. Diria, mais tarde: " Mas durante a ditadura, tudo foi diferente. Meu escritório foi saqueado e o da revista Módulo, que dirigia, semi-destruído. Meus projetos pouco a pouco começaram a ser recusados." - "Lugar de arquiteto comunista é em Moscou ", desabafou um dia à imprensa o Ministro da Aeronáutica. " Visitou a União Soviética, teve encontros com diversos líderes socialistas e foi amigo pessoal de alguns deles. Fidel Castro teria dito a respeito dele: "Niemeyer e eu somos os últimos comunistas deste planeta". Em 1970, em protesto contra a guerra do Vietnã, desliga-se da Academia Americana de Artes e Ciências. Em 1996, projeta o Monumento Eldorado Memória, doado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra.Em 2000, no Rio de Janeiro, é lançado o documentário "Oscar Niemeyer um arquiteto engajado em seu século", do cineasta belga Marc-Henri Wajnberg. Em 2001 recebe a Medalha da Ordem da Solidariedade do Conselho de Estado da República de Cuba, a Medalha do Mérito Darcy Ribeiro do Conselho Estadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro, o Prêmio UNESCO 2001, na categoria Cultura e os títulos de Grande Oficial da Ordem do Mérito Docente e Cultural Gabriela Mistral, do Ministério da Educação do Chile e de Arquiteto do Século XX, do Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil.
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